quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UMA RESENHA DOS FILMES NOSSO LAR E CHICO XAVIER: UMA REFUTAÇÃO À DOUTRINA ESPÍRITA








Nesses últimos dias, a doutrina espírita tem sido divulgada em larga escala pela mídia em geral através de novelas e filmes. As empresas Globo têm sido o seu principal propagador. Os filmes Chico Xavier e Nosso Lar, produzidos pela Globo Filmes e a novela das 18h “Escrito nas Estrelas” têm divulgado as doutrinas espíritas de uma forma bem contundente. Por isso, mais de 2 milhões de pessoas têm assistido ao filme Nosso Lar e Chico Xavier nos cinemas. No entanto, muitos questionamentos têm surgido acerca dessas doutrinas ou ideologias preconizadas através deles

O objetivo desse texto é fazer uma pequena resenha dos filmes ou uma análise dos temas que eles tentam passar para o seu público. Responder o que afirma a Bíblia e demonstrar que a doutrina espírita não tem origem na revelação judaico-cristã, mas em religiões pagãs e até ocultas. Não tenho a intenção de aprofundar-me em toda a doutrina espírita, mas somente nos temas dos filmes sendo a base de toda a cosmovisão dessa doutrina.


Uma análise do filme Nosso Lar


O filme é uma superprodução das empresas Globo Filmes trazendo atores veteranos como Othon Bastos, Paulo Goulart, embora que o ator principal Renato Prieto que faz o papel de um médico chamado André Luiz foi um pouco a desejar; mas, no geral, todos os atores são de primeira linha da Globo.

O filme tem o seu enredo na morte de um médico chamado André Luiz que se depara com a realidade pós-morte juntamente com outras pessoas. Todas elas estavam sujas e feridas no chão. Um grupo de homens semelhante a para-médico vem com uma maca e resgata André Luiz, levando-o a uma cidade construída em séculos recentes chamada Nosso Lar.

O que impressiona é que apesar de ser uma experiência pós-morte, tem-se mais consequências físicas que espirituais, demonstrando profundas incoerências de lógica e bom senso. Primeiro, não se explica por que eles resgatam uns e outros não. No filme, se dá a entender que os que não foram à cidade é porque não querem. Ora, como eles não querem ser tratados e irem a um lugar melhor, já que estavam com fome (sim, fome) e cheios de sujeira? Demonstra uma incoerência muito grande já que segundo a doutrina espírita, os espíritos voltam para completar uma obra não terminada para o seu próprio aperfeiçoamento. No entanto, existem outras contradições, já que estavam tratando de vida pós-morte.

O filme demonstra que os mortos nesse lugar sentiam fome e comiam, sentiam dores e eram tratados como pacientes que tinham problemas físicos. Aqueles que iam à cidade eram assistidos em uma enfermaria de hospital semelhante ao SUS, onde outros pacientes do lado podiam até incomodar. Havia as enfermeiras, uma classe inferior, uma espécie de proletárias do local e os assistentes sociais que explicavam aos poucos o que estava acontecendo com ele.

Os pacientes tinham pioras a ponto de chegar uma hora que tinham que pedir reforço porque a ala da emergência não aguentava tantas pessoas feridas chegando (sim, ala da emergência). Como aceitar essa história se a pessoa está morta e não tem mais o corpo? Que padrão estranho colocar um doente num formato de hospital brasileiro como uma enfermaria que se pode até ser incomodado por outros doentes ao lado? Só na cabeça de uma pessoa ou de um espírito e esse bem brasileiro.

Também havia diferenças e privilégios para alguns. A mãe do médico pode encontrá-lo no gabinete do governador. Sim, a cidade tinha governador e operários. A cidade era uma amostra do Brasil, pois dá uma impaciência de ver tamanha burocracia para o médico falar e ver seus parentes vivos. Foi necessário falar com várias pessoas e fazer várias coisas para que acontecesse isso. A ponto dele ter que falar com esse governador somente por influência de sua mãe que tinha entrado em contato com o governador para que ele fosse atendido (engraçado que é uma amostra do que acontece com os vivos e não com os mortos).

Algo que impressiona é que na cidade não havia lugar de adoração e não se falava no nome de Jesus Cristo e nem de Deus.

Outra coisa que impressiona é que na apresentação da cidade a André Luiz, símbolos ocultistas eram vistos. Por exemplo, a cidade estava dentro de um pentagrama em um círculo que é o símbolo do satanismo e da religião Wicca (uma religião que enfatiza alquimia e bruxaria). Outros símbolos de religiões pagãs como o da Rosa Cruz e religiões ocultas indianas eram claramente vistas no escritório do governador.

O sistema de compensação era o centro de todo o enredo e a sua mensagem central era a doutrina da reencarnação. Por isso, dedicar-me-ei mais nesse tema.

É importante que falemos o que a Bíblia ensina sobre a doutrina da reencarnação porque ela é a única regra de fé e prática do cristão. Depois, o próprio espiritismo se baseia na Bíblia, principalmente no NT. O Evangelho segundo o Espiritismo cita vários textos da Bíblia para fundamentar sua doutrina. Portanto, estou à vontade para questionar algumas coisas segundo a própria Bíblia.

Primeiramente precisamos deixar claro que a doutrina da reencarnação não tem base na doutrina bíblica da revelação judaico-cristã, embora que eles citem e afirmem o contrário. Para demonstrarmos isso vamos a um texto de Hebreus que ensina isso de uma forma muito clara:

Hebreus 9:22-28  22 Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.  23 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.  24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;  25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.  26 Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.  27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,  28 assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.

O autor aos Hebreus afirma que sem derramamento de sangue não há perdão ou remissão de pecados, ou seja, a reencarnação não poderia fazer nada porque a pessoa vai sempre pecar e necessitar de uma redenção ou de um sacrifício com sangue de uma pessoa inocente, que é o de Cristo.

Para entendermos isso, precisamos saber que a Bíblia desde Gênesis afirma sobre a nossa pecaminosidade:

Gênesis 6:5  5 Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;
Salmos 14:2-3  2 Do céu olha o SENHOR para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus.  3 Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.  
Romanos 3:10-13  10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer,  11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus;  12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.  13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,
Romanos 3:19-20  19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,  20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.

Todos transgridem a Lei de Deus por isso todos estão mortos em delitos e pecados. Por isso, desde o VT é demonstrado a forma de Deus aceitar o homem perante ele e de purificá-lo que é através da substituição com morte de um animal inocente no lugar. Isso foi demonstrado desde a páscoa para que o povo saísse do cativeiro de Faraó (Ex 12.23). Depois, Deus exige que se faça isso para que o povo e o sacerdote fossem aceitos diante de sua presença (Ex 29; Lv 1.3ss).

O autor aos Hebreus ensina isso:

Hebreus 9:23-26  23 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.  24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;  25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.  26 Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.

O autor aos Hebreus e o NT ensina que Deus somente aceita o homem quando um substituto inocente estivesse no lugar. O texto afirma que Cristo foi o sumo-sacerdote e o próprio sacrifício que poderia purificar o pecador. Todo o sistema de holocaustos e sacrifícios levavam para Cristo que foi considerado o Cordeiro de Deus e Cordeiro Pascal (Jo 1.36; 1Co 5.7; Ap 5.6). Isto quer dizer que o sacrifício de Jesus Cristo é o que Deus exige para que o homem seja aceito diante dele:

Romanos 3:23-25  23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,  24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,  25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;

Portanto, a doutrina da reencarnação não se enquadra nesse escopo bíblico, pois exige que a pessoa volte para completar em obras do que não conseguiu em sua vida passada, já que a salvação seria por puro mérito de boas obras.

No entanto, as obras que fazemos estão contaminadas pelo nosso coração e a motivação fora do plano de Deus que é servir por servir sem olhar absolutamente a nenhuma compensação, se não a glória de Deus. Mesmo que uma pessoa voltasse seria uma volta à transgressão porque volta a cometer pecados e precisará que eles sejam expiados independente de suas obras. Isso não pode acontecer através da reencarnação porque se torna um círculo vicioso.

Por isso os versos:

Hebreus 9:26-28  26 Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.  27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,  28 assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.

O autor explica que Cristo não entrou no santuário humano, mas apresentou a si mesmo como sacrifício a Deus uma vez por todas assim como o homem só morre uma vez por todas. Ou seja, Cristo é o único sacerdote e o único meio de termos salvação, purificação porque o homem só morre uma vez por todas.

Como não bastasse essa dificuldade acerca da mensagem central da Bíblia que é a expiação de Cristo pelos pecadores que só podem ser purificados através de seu sacrifício, a reencarnação contraria princípios claros da Bíblia acerca da morte e da situação pós-morte. Por exemplo, Jesus numa parábola ensina acerca da impossibilidade de um morto voltar como também de reencarnar.

Lucas 16:22-31  2 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.  23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.  24 Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.  25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos.  26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.  27 Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna,  28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.  29 Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.  30 Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.  31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

Notemos que a sentença já foi dada aos que morreram. Lázaro ao “Seio de Abraão” (Paraíso), o rico ao Hades (inferno). Notemos também que ele pediu a Abraão que representava Deus na parábola, pois o personagem era onisciente, para deixar que Lázaro molhasse o seu dedo e colocasse em sua boca. Abraão respondeu dizendo que havia um grande abismo entre ele e Lázaro e também não foi permitido que ele falasse aos seus parentes porque eles têm as Escrituras (Moisés e os profetas). Portanto, Jesus descartou completamente a possibilidade do rico voltar aos seus parentes de qualquer forma. Seja pela ressurreição, muito menos pela reencarnação, que nem falou na parábola. De qualquer forma, Jesus ensinou que um morto não volta. Portanto, nessa parábola, a vida pós-morte é revelada por Cristo e está fora de questão qualquer ensinamento de reencarnação ou possibilidade de volta aos mortos.

Reencarnação e Individualidade

Segundo - a reencarnação também não condiz com a lógica no que diz respeito à individualidade do ser humano. Segundo essa doutrina, ninguém tem sua própria identidade porque sempre é a reencarnação de outra pessoa. Por exemplo, se eu sou a reencarnação de D. Pedro II, logo eu não sou eu mesmo, Francisco Mário, e D. Pedro II também não era D. Pedro II. Portanto, fica um círculo vicioso que ninguém tem a sua própria identidade.

A Bíblia ensina que o homem tem a sua individualidade em seu próprio espírito:

Gênesis 2:7  7 Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
Zacarias 12:1  Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel. Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.

Esse texto se refere a Gn 2.7 que já foi citado demonstrando que Deus criou o homem com um espírito próprio. Paulo confirma ainda no seu tempo:

1 Coríntios 2:11  11 Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.

Esse texto demonstra que o espírito do homem é único e jamais pode desvinculado dele mesmo.

Romanos 14:11-12  11 Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.  12 Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.

Aqui nesse texto demonstra a total individualidade do ser humano. Cada um dará conta de si mesmo a Deus e não das vidas passadas. Por que é cada um que nasce, que tem um corpo, que tem uma consciência viva.

Ezequiel 18:4  4 Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.

A Reencarnação e o conceito de morte

Terceiro – a reencarnação desfaz o conceito de morte. Morte é a total incapacidade de relacionamento ou intervenção entre os vivos. Nesse conceito que o profeta Isaías escreve:

Isaías 8:19  19 Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?

O que temos a ver com os mortos? Mortos estão separados e sem nenhuma condições de contato, se não, não é morte. Como um espírito que se diz médico pode receitar a uma pessoa viva se ele mesmo está humilhado pela sua decadência na morte e insuficiência biológica? Como um espírito pode opinar sobre a vida se ele mesmo está fora do contexto dessa vida. Mas alguém pode dizer: ele já esteve. Sim, mas a morte deixou claro que ele não tem mais nada a falar, se não lamentar, pois está fora da vida física que é a falência e decadência de toda existência.

Se os mortos não voltam, quem são esses espíritos?

Esse é o grande questionamento: se realmente a Bíblia afirma que os mortos não voltam, nem reencarnam pois está ordenado o homem morrer uma só vez; então, quem são esses espíritos que afirmam serem pessoas mortas?

Precisamos saber quem poderia se passar por espíritos de mortos. A Bíblia nos dá pistas de quem poderia ser:

2 Coríntios 11:14  14 E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.

Paulo ensina que Satanás é expert em enganar até como anjo de luz. Notemos que um anjo de luz é visto por todos como um anjo iluminado e bondoso; também esse anjo fala coisas boas, mas é o próprio Satanás.

Os apóstolos se encontraram com alguns espíritos que estavam enganando as pessoas numa região:

Atos 16:16-18   16 Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.  17 Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação.  18 Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu.

Notemos que aquela mulher tinha um espírito que dava muito lucro aos cidadãos da cidade de Filipos. Aquele espírito não era apresentado como demônio, mas como alguma divindade romana, pois eles açoitaram Paulo por apresentar costume judeu e não romano. Isso incluia a religião pagã de Roma. No entanto, Paulo expulsou aquele espírito como um verdadeiro demônio.

Os demônios sempre vão levar o homem para longe da consciência da verdadeira culpa diante de Deus e deixá-lo à vontade na tentativa de ser salvo por suas próprias obras, pois isso ofende a Deus diretamente e chama-o de mentiroso:

1 João 1:10  10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

O verbo grego para cometer pecado ‘ημαρτηκαμεν / hëmartëkamen está no perfeito dando a entender que João está enfatizando as consequências de um ato no passado. Isso quer dizer que aquele que não admite que precisa de expiação e ser propiciado faz de Deus um mentiroso porque Deus afirma que todos estão em pecado contra ele.

Portanto, se alguém afirma a possibilidade de salvação por suas próprias obras ou tentar se justificar diante de Deus por suas obras estará chamando Deus de mentiroso. Portanto, Satanás é aquele que lutará até o fim para que isso aconteça.

O filme Chico Xavier

O filme fala da vida desse personagem tão carismático e que impressiona, de fato, pela sua total dedicação às pessoas e pelo carinho que tinha com aqueles que o buscavam. O filme tenta demonstrar que uma pessoa pode, na prática, ser considerada digna de ser chamada boa nessa terra. No caso, Chico Xavier.

Por causa disso, muitos compararam Chico Xavier a muitos personagens bíblicos, inclusive aos apóstolos. Porém, a Bíblia nos ensina a analisar as intenções do coração (Hb 4.12) porque somente diante de Deus que todas as coisas estão abertas e reveladas.

Precisamos entender que o amor altruísta pode perfeitamente não ser o verdadeiro amor. Paulo ensinou isso quando afirmou no seu famoso hino do amor:

1 Coríntios 13:3  3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

Paulo está admitindo que uma pessoa pode perfeitamente entregar seus bens aos pobres, que é um ato muito difícil, e uma pessoa pode dar seu corpo para ser queimado, que é uma ação também difícil, sem ter como motivação o verdadeiro amor. Isso quer dizer que não basta somente o ato para Deus, mas a motivação.

Para sabermos a motivação do verdadeiro amor, precisamos recorrer a quem mais falou de amor na Bíblia, o apóstolo João. Ele afirmou:

João 15:9-10  9 Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.  10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.

João afirma aqui que somente temos o verdadeiro amor de Deus se guardamos os seus mandamentos, pois no v.12 ele nos manda a amar uns aos outros como ele nos amou.

Outro texto interessante e mais claro é:

1 João 5:2   2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos.

Nesse texto, João foi mais claro ainda quando afirmou o amor aos filhos de Deus.

Portanto, se alguém faz grandes obras de altruísmo dentro de um profundo paganismo, idolatria e consulta aos mortos que a Bíblia condena com muita contundência, esse não é o genuino amor de Deus, mas apenas uma aparência desse amor.

Chico Xavier pode ser admirado por sua postura de entrega altruísta, mas segundo as Escrituras sua motivação de ter o genuíno amor de Deus como motivação é colocada em xeque devido à sua postura para com a consulta aos mortos. Mesmo assim, questiona-se se caso o espiritimo mudasse de ideia em dizer que a salvação vem pelas obras se esse altruismo ainda continuaria?

Portanto, a doutrina da reencarnação está longe de ser considerada genuinamente cristã, embora que isso seja reinvindicado por seus seguidores. Os filmes são questionáveis pela incoerência e pela falta de embasamento bíblico embora que de vez em quando citam ou lembram algum verso isolado.

Para concluir, o filme Nosso Lar apenas demonstra, de uma forma mais contundente, a total incoerência da doutrina espírita: cheia de contradições e princípios que contrariam a Palavra de Deus. O filme Chico Xavier demonstra que a vida de uma pessoa que deu a sua vida para servir os espíritos e as pessoas pode estar enganada e cheia de engano. No entanto, questiona-se diante dessa honrosa prática se de fato tem origem numa motivação bíblica do verdadeiro amor porque ainda que alguém entregue seu corpo para ser queimado se não tiver amor, nada será.

3 comentários:

  1. Muito boa argumentação pastor, realmente nos deixou claro sobre o que é verdade nos parametros da Escritura . Paz

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  2. Bom o pentagrama invertido tem um significado satânico porque forma a cabeça do bode.Jé o pentagrama de cabeça para cima significa os cinco elementos:água,fogo,espiríto,terra e ar.Que significa as coisas essenciais para a vida.É melhor estudar antes de criticar.

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  3. Anônimo das 07:12,

    O que me impressiona é que você somente viu esse detalhe das incoerências do filme? Impressionante a cegueira.

    Quanto ao pentagrama, basta ser um pouco inteligente para comparar as semelhanças do símbolo. Quando se vê a cidade de cima como o filme mostra, vê-se o símbolo de todas as formas invertido e não invertido. Portanto, além de cegueira, precisa pensar mais um pouquinho.

    Eu esperava uma crítica se houvesse alguma diferença do símbolo em si, mas com respeito à posição é completamente convencional e sugestivo. Somente aquelas pessoas que aceitam o filme como verdadeiro que não notam isso. Até entendo!

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