quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DECEPCIONEI-ME COM MARINA SILVA











A decepção é uma expectativa frustrada, é aquilo que acreditamos de todo coração sendo derrubado pelas evidências do que não gostaríamos. O interessante que jamais nos decepcionamos com quem é ruim. Por exemplo, no que diz respeito à política, jamais me decepcionaria com a corrupção no governo Lula. Com a Dilma, então, jamais! Exatamente por ver o seu passado e seu envolvimento com corrupção, dossiês e outras coisas “ptistas”. No entanto, a Marina Silva exatamente por ser uma mulher íntegra, honesta, cristã e uma mulher excelente é que eu me decepcionei.

A razão da minha decepção é exatamente porque, em toda a história, pessoas morreram por um ideal ético, ou seja, não abriram mão do que queriam. Preferiram morrer a entregar-se aos que contrariavam esses ideais. Por exemplo: Abraão Lincoln defendeu com unhas e dentes a abolição da escravatura nos Estados Unidos. Ele introduziu medidas que levaram à abolição da escravidão, promulgando a Proclamação de Emancipação em 1863 e promovendo a aprovação da décima terceira emenda à constituição dos Estados Unidos. Por causa disso, foi brutalmente assassinado. Martin Luther King defendeu com toda garra o fim do racismo. A famosa frase “I have a dream” (eu tenho um sonho) que era exatamente o dia em que negros e brancos poderiam conviver juntos sem restrições raciais foi a sua bandeira. Por causa disso, ele foi assassinado também. Outro nome é Gandhi. Ele lutou até o fim pela independência de seu povo buscando paz baseada na liberdade, igualdade de todas as raças e nações sem violência. Também foi assassinado. No Brasil, temos o Betinho que morreu defendendo a bandeira da erradicação da fome. Viajou o Brasil inteiro dando palestras e fazendo campanhas, ongs com esse objetivo.

Nesses anos, no Brasil, existe o risco do aborto ser aprovado. Ou seja, o risco de uma criancinha indefesa ser estraçalhada no ventre de sua mãe de uma forma mais brutal que existe. No entanto, Marina Silva afirma que colocaria para um plebiscito as questões do aborto e da liberação da maconha. Ora, como lidar com questões tão sérias que envolvem a vida de milhões de crianças à mercê de uma votação? Vejo isso como Pilatos. Ele não queria se envolver, era contra a morte de Jesus, pois ele mesmo afirmou que Jesus era inocente, mas lavou as mãos porque queria o apoio do povo e de César ao mesmo tempo. Na verdade, Marina Silva está fazendo isso: lavando as mãos diante de muitas vidas que poderiam morrer. Além do mais, caso ela ganhe e aconteça esse plebiscito, e a liberação do aborto ganhe, pois existem muitas pessoas que são a favor do aborto no Brasil, ela será lembrada para sempre como a primeira presidente mulher e a primeira pessoa a ser responsável pela oficialização do aborto no Brasil. Que testemunho para alguém que crê na Bíblia!

Eu esperava mais de Marina Silva nessa área assim como Abraão Lincoln e Martin Luther King que não negociaram seus ideais, porque eles entenderam que eram excelentes e envolviam assuntos de vidas humanas: escravidão e racismo. No entanto, Marina Silva defende com muito vigor a sustentabilidade do nosso planeta, do Brasil e não abre mão do desmatamento. Acredito até que se dependesse dela um plebiscito para se desmatar a Amazônia, ela nunca aprovaria. Porém, para com a vida de pessoas Marina Silva coloca para um plebiscito. Será que a vida humana se tornou menos importante do que uma árvore?

Termino com um questionamento. Faço-o com toda a sinceridade do meu coração, porque vemos o exterior das pessoas e não as motivações e o interior delas. O meu questionamento é: Uma pessoa que não defende com todo vigor as vidas de criancinhas e deixa-as à mercê de um plebiscito com o risco até de ser aprovado no Brasil poderia mudar a situação ética que está instalada em Brasília com o PT? Quero ainda terminar com a famosa frase do próprio Martin Luther King: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Fica meu questionamento e pesar.

6 comentários:

  1. Prezado Mário,
    Eu também me decepcionei com seu comentário! Porque, após você ter comentado sobre as corrupções identificadas no governo Lula e, na esfera da Casa Civil, diga-se, gabinete da Sra. Dilma, você interligou a sua decepção com a candidata Marina.
    Ora, um exegeta de sua extirpe intelectual deveria ser mais cuidadoso com a conexão de suas palavras, estampadas como se fossem de um mesmo contexto próximo. A chamada do seu artigo parece arrolar sua decepção com certa falaciosa mesmice corruptível por parte da senadora Marina. Fato nada verídico e, também, creio não tendencioso de sua parte.
    Entretanto, um indivíduo de seu quilate erudito, jamais poderia comparar um plebiscito de aborto ou, mesmo, de consumo de drogas com fatos de corrupção comprovada e deflagrada na cozinha do poder executivo.
    Perdoe-me, por considerar esse teu artigo tão DECEPCIONANTE, como ainda, também, extremamente LEGALISTA!!! Robson (Rio de Janeiro)

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  2. Amado Robson, entendo seu comentário, mas deixe-me explicar apenas que deixei claro a área que me decepcionei. Deixei claro que Marina é uma mulher admirável, mas no que diz respeito ao assunto do aborto eu me decepcionei porque esperava uma defesa de todas as formas acerca desse tema por sua pessoa.

    Se você não acha a vida de crianças um tema crucial, eu acho. O Brasil precisa de pessoas que defendam essas causas. Nós não poderíamos esperar vir de outras pessoas, se não de pessoas que temam a Deus.

    Um abraço e boa votação

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  3. Em momento algum estou aqui para defender esse ou aquele personagem ou político. Quero mesmo é ressaltar o assunto sobre o direito de cada cidadão brasileiro em decidir através de plebiscito. Que julgo deveria sim acontecer com todos os assuntos importantes e relevantes, ao invés da criação de leis e decretos, sem qualquer conscentimento popular, e que nos são impostos de forma compulsória. Isso é o que prescreve o preceito do direito brasileiro descrito na Constituição país. Qualquer posição contrária a essa é por sua natureza inconstitucional, ilegal e ditatorial.
    Na verdade, não importa o tema em sí, as alterações que irão reproduzir na sociedade brasileira, independente de credo, cor, raça ou visão política requerem plebiscito. Se o plebiscito é sobre desmatamento, ou desarmamento, regime político, aborto, energia nuclear, não importa. O que importa é que a Constituição brasileira determina à quem for eleito, que para alterar assuntos dessa natureza terá que convocar um plebiscito. É preciso se ter consciência de que uma vez eleito, o preseidente que for, seja da religião que for, ou da raça que for, ou da ideologia política que for, terá que cumprir tais preceitos, sempre que as decisões influeciem de forma efetiva a vida de todos os brasileiros.
    Digo isso não para criar plêmicas, mesmo porque não sou chegado a uma ou duas, aliás as acho de profundo mau gosto, mas como cristão e cidadão brasileiro me sentiria indignado a cada vez que um novo presidente assumisse o Brasil, sendo ele da religião islâmica, ou indu, ou qualquer outra que não fosse cristã, e me impusesse leis sem as quais eu não comungasse, e sem sequer respeitar o direito da maioria, decidisse sobre o meu direito legal através de um decreto ou da definição de um Congresso corrompido, cheio de interesses.
    Por outro lado, como cristão devo ter fé de que Deus, o qual não cai de uma só folha de uma árvore sem a Sua permissão, moverá o coração do povo para não aprovar em plebiscito o que for contra os seus preceitos.
    Sydnei Meirelles

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  4. Amado Sydney, concordo que se deve ter plebiscito com respeito a vários assuntos como desarmamento, até desmatamento (que acho difícil Marina aceitar), mas com respeito à vida, jamais!

    O aborto é um crime cruel e digno de nossa repulsa. Não acredito que seja obrigatório um presidente convocar um plebiscito para isso.

    No entanto, como escrevi, que se tenha exemplo de Abraão Lincoln, Martin Luther King que foram contra a maré da escravidão e do racismo. Coisa que a candidata está deixando nas mãos de outros para decidir. Saiba, amado amigo, que Deus poderá não mover o coração do povo e ser aceito perfeitamente o aborto como foi em outros países. Não se engane.

    SE É ASSIM, POR QUE ELA NÃO FAZ TAMBÉM UM PLEBISCITO ACERCA DA UNIÃO HOMOSSEXUAL CIVIL?

    Por que essa discriminação? Se a união homossexual civil um errado, matar uma criança é também errado e pecado. Ambos transgridem a lei de Deus.

    Precisamos de pessoas que estejam dispostas a defender esses princípios nesses tempos. Infelizmente, Marina Silva é uma excelente mulher, mas se deixou levar pelo sistema nesse tema (deixo bem claro).

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  5. Em relação ao aborto, Marina é TOTALMENTE CONTRA. E ela sabe que a sociedade é totalmente contra. Então falou em plebiscito para que o assunto fosse elucidado e pra por uma pá de cal nele. Lembremos de Jesus e da mulher adúltera. Jesus não teve uma posição veemente mas convidou a reflexão.

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  6. Eu acho muita incoerência desse "TOTALMENTE CONTRA" deixando para plebiscito essa questão. Na minha opinião, fazer isso é tratar esse tema com leviandade. Como ela sabe se a sociedade é totalmente contra? Quando acontece um plebiscito, levantam-se grupos de defesa de ambos os temas. Como colocar a vida de várias crianças nas mãos do povo. Pilatos tentou fazer dessa forma e se deu mal.

    Quanto a Jesus, você precisa aprender que Jesus não se posicionou no episódio do apedrejamento da mulher porque ele estava deixando claro que a lei civil israelita do apedrejamento já estava obsoleta. Mesmo assim, ele demonstrou claramente que aquele ato era pecado. No entanto, Jesus se posicionou fortemente contra o divórcio e o adultério que os fariseus defendiam (Mt 5.32; 12.39); Jesus se posicionou contra o saque das casas das viúvas (Mt 23.14-16); Jesus se posicionou contra o comércio no templo; contra a hipocrisia dos fariseus. Jesus não falou contra o aborto porque os judeus já tinham isso como transgressão da lei.

    Acho muita incoerência ser contundente para quebra de árvores e quanto ao aborto entregar para o povo decidir.

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