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sábado, 1 de janeiro de 2011

O PROBLEMA DE INTELIGÊNCIA DOS ATEUS




Segundo os novos estudos da inteligência e da educação, um dos estudiosos que tem se destacado nessa área é o psicólogo norte-americano da universidade de Harvard, Howard Gardner. Ele começou suas pesquisas a partir de uma perspectiva psicobiológica para analisar as capacidades cognitivas. Gardner começou analisar que algumas pessoas tinham inteligências específicas para algumas coisas e outras não tinham. Ele pode perceber que cada pessoa desenvolvia um tipo de inteligência para alguma área e, com isso, ele apresenta o cérebro humano composto de tipos de inteligência lógica-matemática, linguística-verbal, cinestésica-corporal, visuo-espacial, sonora-musical, Naturalista e “Intra e Interpessoal”[1].

Podemos perceber, segundo as teorias de Howard Gardner que os ateus sofrem de um problema de inteligência. Ao que parece, os ateus têm um problema sério de inteligência lógica-matemática e visio-espacial. Preciso deixar claro que quando falo problema da inteligência lógica-matemática, não estou afirmando que não existam bons matemáticos ou cientistas ateus, mas que esses têm uma dificuldade muito grande de perceber a lógica e noções matemáticas por si mesmo. Isto quer dizer que os ateus, quando são matemáticos ou existe alguma ciência que exija algum raciocínio matemático, eles somente usam o conhecimento estudado em um círculo fechado. Eles não têm capacidade, por exemplo, de perceber isso no universo, no dia a dia ou em um raciocínio fora de um círculo cognitivo estudado, como vou demonstrar nesse texto. Quando falo também do problema de inteligência lógica, afirmo que os ateus não têm a capacidade de formar silogismos coerentes sem uma contradição grotesca e infantil, como vou demonstrar também.

Talvez essa percepção que tenha levado Albert Einstein a criticar os ateus como relata Andrew Robson no seu excelente livro sobre Einstein que compilou textos de suas cartas e manuscritos, como também textos de Stephen Hawking, Arthur C. Clarkr, Philip Glass e outros:

“De fato, Einstein criticou ateus repetidamente e ponderou como ‘perante tamanha harmonia do cosmos existem pessoas que dizem que não há um Deus’”[2]

Quero deixar claro, antes, que embora esse texto parecer preconceituoso, estou mostrando nos argumentos porque ele não pode ser, pois estou mostrando e argumentando o motivo dessas conclusões. Se algum ateu ler esse texto, talvez ele não aceite ou não entenda exatamente porque sofra de inteligência lógico-matemática. No entanto, eu o convido para examinar e perceber algo fora do normal na sua epistemologia e na sua análise lógica do mundo e do cosmos, se puder. Pelo menos analisar de uma forma lógica correta.

O problema de inteligência do ateu não é percebido desde agora. Os escritores da Bíblia demonstram e ensinam o que podemos constatar: um ateu não tem inteligência suficiente para percepção lógica do cosmos e da natureza. Tanto o VT como o NT, escritos há muitos anos atrás, chegam a essa conclusão. Na verdade, o próprio Deus revela o problema do ateu.

O salmista Davi escreveu:

Salmos 14:1  Ao mestre de canto. Salmo de Davi Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.
Essa conclusão foi tão forte que o salmista repetiu mais uma vez no Salmo 53.1, pois não é à toa que os escritores do VT repetem um princípio tão contundente.

O adjetivo hebraico נבל (nabal) que Davi usou traduzido pela RA como “insensato” é muito forte. Em várias passagens essa palavra hebraica é traduzida com o significado de “louco, idiota”. Ao que parece a loucura inclui uma impossibilidade de perceber o óbvio, como se pode notar em Dt 32.6-8 que Deus fala ao povo que eles não atentaram para os feitos do Senhor e como também em Is 32.4-6 que Deus diz que quando o rei reinar, o louco entenderá. Portanto, a palavra diz respeito a entendimento cognitivo.

No NT, Paulo não foi menos contundente. Ele escreveu em Romanos:

Romanos 1:20-22   Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos

Paulo tinha uma educação refinada e sabia sobre a filosofia grega e romana da época. Ele teve vários debates com filósofos e pessoas de todas as ideologias no seu tempo. No entanto, Paulo admite que o homem natural pode perfeitamente perceber o Criador através de suas obras. Paulo citou dois atributos, que pelo menos, esses homens naturais poderiam reconhecer do Criador: o seu poder e a sua divindade. Paulo afirma o meio que é através das coisas criadas. No entanto, para um ateu, toda a complexidade do cosmo e da vida não é o bastante para perceber que existe alguém divino e poderoso. Para Paulo, os atributos invisíveis do Criador devem ser percebidos pela criação, principalmente a sua divindade e o poder, pois como toda essa complexidade de sintonia fina, máquinas biológicas com funcionalidade e informação de alto nível podem ter vindo de processos randômicos? Somente na cabeça de um ateu, claro!

Paulo afirma que o raciocínio dessas pessoas se tornou nulo. Paulo usa a expressão αλλ᾽εματαιωθησαν εν τοις διαλογισμοις. Nessa expressão está a palavra no dativo διαλογισμος (dialogismos) que significa raciocínio, propósito, projeto. Ou seja, a palavra demonstra uma profunda inteligência em montar evidências e percepção através do raciocínio. Dessa palavra que vem a nossa palavra “diálogo”. Paulo afirma que essas pessoas passaram a ter um raciocínio vazio. O verbo grego εματαιωθησαν usado no aoristo do indicativo passivo significa “tornar vazio, nulo”. Paulo confirma o que os salmistas já disseram: alguém que nega as evidências de um Deus pessoal e poderoso tem um raciocínio vazio. Paulo não para por aí, mas ainda afirma que o coração dessas pessoas é insensato e obscuro (v.21). A palavra traduzida vem do adjetivo ασυνετος que é a junção de um prefixo α (partícula negativa) + συνετος (inteligente). Como se não bastasse, Paulo afirma que essas pessoas estão no escuro. Claro que Paulo sabia que todos estão mortos espiritualmente, mas ele fala especificamente às pessoas que negam a evidência do Criador na natureza, pois ele fala nos versos posteriores sobre os que conhecem a Lei.

Agora, vejamos algumas dessas evidências na prática:

1. O ateu e a sua dificuldade de percepção lógica do cosmos e da natureza

Como escrevi acima, o ateu não tem a inteligência que Gardner chama de lógico-matemática, pois eles não conseguem perceber isso por si mesmo na natureza.

Para percebermos isso, precisamos voltar ao século XVIII com um dos grandes filósofos e teólogos da época, William Paley. Paley escreveu dois livros que influenciaram a sua época de uma forma fenomenal: Evidences of the Christianity e Natural Theology. Sua influência foi tão grande que alcançou o próprio Darwin, pois estudou divindade em Cambridge. Vários estudiosos percebem no seu livro “A Origem das Espécies” uma tentativa de refutar o que ele sabia de William Paley, pois era muito lido na sua época e principalmente nos seus estudos de divindade.

Paley ficou conhecido com a sua descrição no seu livro Natural Theology de um relógio achado num matagal. Ele escreve que se estivesse numa floresta e de repente topasse com o pé numa pedra, jamais ele questionaria como ela chegou ali. No entanto, se ele topasse em um relógio seria totalmente diferente. Ele escreveu:

Por que não é admissível no segundo caso como foi no primeiro? Por esta razão e mais nenhuma outra: quando nós vamos examinar o relógio, nós percebemos (o que nós não notamos na pedra) que suas partes principais são ajustadas e postas juntas para um propósito. Elas são tão justas e adaptadas para produzir movimento e que o movimento são regulados para apontar a hora do dia que se as várias partes tivessem sido formadas de uma forma diferente do que elas são, como tamanho diferente ou colocadas de alguma outra maneira ou em alguma outra ordem que estão colocados, então, nenhum movimento teria sido feito na máquina ou nada que fizesse jus ao uso desse objeto... [3]

O que Paley tenta mostrar é que alguém que tenha uma mínima inteligência jamais iria dizer que aquele relógio veio parar ali por um acaso ou tenha vindo por processos evolutivos. O mais interessante é que quando Paley escreveu o seu livro, a célula era apenas uma protoplasma e o DNA era ainda pouco conhecido, não havia microscópios eletrônicos nem a nanotecnologia que temos nos nossos dias.

Para Paley, a inteligência exige que se reconheça que tenha um relojoeiro por trás daquele relógio. Embora que se entenda que se pode não conhecer quem seja esse relojoeiro.

A comparação da complexidade do cosmo e da vida com um relógio é completamente viável porque existe no cosmo o que os cientistas chamam de sintonia fina, um sincronismo perfeito entre leis físicas e biológicas, pois o sol não poderia ter um tamanho menor nem maior, caso contrário não haveria vida, nem uma distância entre a terra maior ou menor para que tivesse água líquida. Da mesma forma a lua precisaria ser do tamanho certo, na distância certa; a terra precisaria estar em um lugar estratégico da Via Láctea para que a vida fosse viável por causa da radiação. A inclinação da terra precisaria estar numa posição exata, caso contrário, os verões seriam quentes demais e os invernos frios demais para a vida na terra; a terra tem o tamanho exato para segurar os gases que sustentam a vida como o oxigênio e dióxido de carbono, ao contrário dos outros planetas. Conforme os cientistas, 99% do universo é composto de hidrogênio e hélio, mas a terra é diferente, pois é feita de elementos mais pesados que podem formar elementos essenciais à vida e temos um campo magnético que nos previne de radiações nocivas. Além de um sincronismo perfeito na órbita dos planetas que giram formando um equilíbrio perfeito.

Na natureza existe o que os matemáticos chamam de Sequência de Fibonacci. Essa sequência foi descoberta por Leonardo Pisano conhecido por Fibonacci por volta dos anos 1200 a.C. Ele descobriu uma sequência de números somando os dois números anteriores. Com esse padrão de números, pode-se fazer o chamado “retângulo de ouro”. Esse retângulo forma vários outros retângulos no seu interior formando uma espiral quando é dividido com um arco sendo conhecida por “espiral de Fibonacci”. Essa espiral é encontrada no corpo humano, nos girassois, ramos de árvores, estrelas do mar, pétalas de flores, conchas, no abacaxi e nas galáxias. Todas essas coisas na natureza podem ser determinadas nos pontos do diagrama matemático 1-1-2-3-5-8-13-21. Essa sequência demonstra como prova matemática que existe um Designer por trás ou um ser muito inteligente por trás do universo, levando até alguns a chamarem de “digitais do Criador”.

Quando se observa a vida, dá-nos razão de ficarmos mais impressionados, isto é, quem tem inteligência lógico-matemática, porque existem verdadeiras máquinas biológicas com estruturas iguais a um motor rotatório de popa, como por exemplo: o flagelo bacteriano e o complexo proteico do ATP. O DNA comporta dentro de si informação de alto nível e um código que é guardado, aplicado e decifrado. Tudo isso feito com precisão e funcionalidade específica fantástica. É o que Michael Behe chama de “Complexidade Irredutível” no seu livro “A Caixa Preta de Darwin”.

Mesmo assim, os ateus não conseguem perceber isso, por incrível que pareça. Para eles toda essa precisão, complexidade não pode ter vindo de uma mente inteligente. Eles não conseguem perceber o óbvio. Realmente não são inteligentes o bastante para perceber na natureza sinais de inteligência devido a sua falta de percepção lógica na natureza.

Os ateus se desculpam em dizer que os teístas colocam Deus nas lacunas que não têm explicação, mas Deus é colocado exatamente nos lugares que não têm lacunas, pois conclui-se devido às várias evidências de inteligência. Quando dizemos que somente Deus poderia ter criado o sistema solar, não viemos das lacunas para Deus, mas viemos das evidências que a mente nos demonstra que somente um projetista inteligente poderia ter feito e calculado com precisão leis, teoremas, informação e sequências na natureza que jamais se poderia ter ao acaso.

No entanto, os ateus colocam “o tempo” e a “ciência” nessas lacunas. Eles, sim, partem das lacunas, pois o que eles não sabem, eles afirmam que se explica dando muito tempo à natureza ou que a ciência um dia vai explicar isso ou aquilo. Porém, concluir que algo foi fruto de uma criação é apenas uma conclusão lógica e não coloca fora a ciência, mas ao contrário, evoca-a para demonstrar as maravilhas do Criador. Por exemplo, usando o a ilustração de William Paley: se eu encontro um relógio na lua, devo, imediatamente, concluir que teve alguém inteligente naquele lugar. As pesquisas, apenas vão clarear mais essa hipótese lógica principal. As pesquisas naquele relógio nos laboratórios da NASA não serão para descartar se havia ou não um ser inteligente, mas para clarear mais como foi parar ali e as circunstâncias do local para que aquele relógio estivesse ali. Portanto, a desculpa da lacuna é mais um motivo de falta de inteligência.

2. O ateu e sua dificuldade de percepção teórica e filosófica

Não tem algo mais engraçado quando vemos um debate entre um ateu e um teísta. A maior parte do tempo do teísta é tentando mostrar ao ateu as características de inteligência. Vi um debate entre um teísta e um ateu que o teísta parecia uma professora de jardim de infância ensinando a crianças quando devemos perceber características de inteligência ou não. Por isso, vários assuntos são necessários serem explicados nos debates devido à barreira de inteligência dos ateus. Evoca-se conceito de teoria da informação, têm-se que explicar lógica, entrar em conceito de teoria e evidência. E quando o ateu com essa inteligência pensa que sabe Bíblia, aí a coisa piora, pois precisa-se ensinar sobre hermenêutica, línguas originais, lembrar sobre arqueologia, manuscritos antigos e lembrar o que leva um pressuposto de cada pessoa quando se chega à Bíblia.

Mais grave ainda é quando estudantes de ensino médio que entram em contato pela internet com ateus em comunidades do Orkut e passam a ter os chavões decorados sem nem ao menos questionar. Esses só muita paciência para debater, pois a ignorância misturada com a falta de inteligência vai a extremos de paciência.

Um dos ateus que demonstrou esse problema foi o prêmio Nobel José Saramago. Ateu declarado, Saramago era do tipo de ateu que questionava Deus na própria Bíblia. Os seus dois livros: “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Caim” demonstram isso. No primeiro, ele afirma que Jesus teve um caso com Maria Madalena. No último, ele critica Deus e culpa-o pelo o que ocorreu com Caim. Porém, vê-se erro gravíssimo de Hermenêutica no contexto imediato da passagem, como por exemplo, Saramago afirma que Deus não deu atenção a Caim, mas se lermos no contexto podemos perceber que Deus chama Caim para alertá-lo do possível crime. O impressionante disso é que ele usa como referencial a própria Bíblia ou absolutamente nada para provar como no caso do relacionamento de Jesus com Maria Madalena. O que poderíamos chamar isso? Um profundo problema de percepção teórica e filosófica porque ele usou como base o que ele não acredita.

Sim, ele usou como base porque ele demonstrou que Deus era o culpado da situação de Caim. Para isso, no mínimo, ele teria que ter em mente que a história tem algum fundamento. Se não, ele entraria num absurdo na sua argumentação.

Para ilustrar melhor o que José Saramago fez, imaginemos que eu tente mostrar que o Lobo Mau da historinha do Chapeuzinho Vermelho não existe e fique indignado porque ele comeu a vovozinha e diga que o lobo mau deveria ter ajudado a vovozinha ao invés de comê-la e faça um livro dizendo que o Lobo Mau é um covarde, xingando-o e responsabilizando-o pela vovozinha. É óbvio que, para quem tem uma percepção inteligente, ninguém vai nem entrar nesse detalhe, exceto um lunático, pois todos sabem que o Lobo Mau é uma ficção.

No caso de Saramago, ele toma as dores de Caim para ver incoerência no caráter de Deus, sendo que ele mesmo tem como base o texto que critica e a lei que o próprio Deus revelou, pois ele fala de “criancinhas inocentes”, para mostrar que Deus está errado e, por isso, não existe. Realmente, somente uma pessoa com uma baixa inteligência nesse aspecto para não perceber essa incoerência.

O ateu tem dificuldade de percepção filosófica sobre o começo de tudo. Os cientistas admitem um começo do tempo, espaço e do universo. No entanto, os ateus advogam que não podem aceitar como resposta Deus como causa última porque gera uma outra dificuldade: quem o criou. Por isso, eles chegam na conclusão que Deus não existe.

É impressionante como os ateus não percebem que essa argumentação é infantil. Isso se deve exatamente à baixa inteligência destes. É infantil porque para se saber a resposta de algo, não se precisa saber todas as respostas da resposta. Conforme William Craig a ciência deixaria de existir se levarmos em conta isso. Se alguém encontrar um pedaço de cerâmica desenhado com uma inscrição desconhecida, fica óbvio que pessoas inteligentes a fizeram. No entanto, não se precisa saber como eram exatamente os autores e como eles chegaram àquele lugar ou como aquela cerâmica chegou até ali para chegar a uma conclusão que aquela inscrição vem de alguém inteligente ou teve uma origem criada.

Existem muitas coisas que a ciência estuda e pesquisa sem saber a sua origem. Por exemplo: as pirâmides do Egito. Todos são de comum acordo que aquelas construções foram feitas por pessoas inteligentes. No entanto, não se sabe como levaram e construíram aquelas construções com tanta perfeição e como levaram aquelas pedras tão pesadas àquele deserto. Existem até pessoas que dizem que foram seres de outro planeta que as fizeram diante de tamanha precisão matemática e de planejamento. Não se precisa saber a origem de uma resposta que venha por uma conclusão lógica. Da mesma forma é Deus. Não se precisa saber se ele foi criado ou não para chegar a conclusão que um ser poderoso e divino está por trás de todo esse universo pelos argumentos escritos acima.

Deus é a causa última, pois é necessário um ser que esteja acima da criação e que não tenha uma explicação para ser Deus. Se Deus fosse criado, ele estaria dentro do padrão normal das criaturas e entraria num absurdo, pois não teria fim o questionamento. No entanto, se Deus não foi criado, ele está fora dos padrões normais da criação descansando a nossa mente em um começo de todas as coisas.

Para ilustrar melhor, todos sabem que os conjuntos numéricos são infinitos, imaginemos que sabemos o último número do conjunto dos números Reais. Se soubéssemos esse número, os números seriam finitos e o último número não seria mais um número infinito e superior. Porém, se não sabemos, o último número ainda é infinito e o começo e o fim de todos os números do conjunto dos números Reais passam a ser uma categoria diferente dos demais. Não é à toa que Jesus se denominou “o Alfa e o ômega”. Com isso, Jesus estava dizendo que era o primeiro número e o último número. As letras que representavam os números para os gregos levaram Jesus a afirmar, com isso, a sua infinitude e sua total diferença entre o Criador e a criação.

Outra dificuldade para o ateu é perceber que Deus está dentro de um círculo epistemológico que envolve todas as ciências e que não se pode comparar Deus com Papai Noel, duendes, o Elefante Cor de Rosa da Tampa vermelha e conforme a inteligência dos ateus inventa. Não se pode comparar porque nenhum desses personagens evoca ciência. Por exemplo, ninguém nunca escreveu: “Duende, um delírio”; “Papai Noel, uma invenção” como Dawkins escreveu o seu best Seller “Deus, um delírio”. Também, ninguém nunca foi chamado para debater em universidades sobre o “O Elefante Cor de Rosa da Tampa Vermelha”; nem esses personagens fizeram que cientistas com a importância de Einstein, Francis Collins afirmassem a sua viabilidade como eles afirmaram sobre Deus, embora que para ambos ele seja diferente.

Um ateu não consegue perceber isso porque ele não tem inteligência para tal coisa. Por isso, ele compara Deus com duendes, fadas e Papai Noel sem levar em conta esses detalhes porque ele não percebe o óbvio nem consegue concatenar com lógica matemática o mundo e os pensamentos que lhes cercam.

 3. O ateu e sua dificuldade de percepção sobre fé

É difícil um ateu perceber algo relacionado à fé. Ele relaciona fé somente à religião. Ele não concebe que todo ser humano tem aspectos de fé na sua epistemologia e cognoscibilidade. Por exemplo, os ateus que afirmam que não têm fé e não precisam dela, acreditam (isso mesmo, acreditam) em teorias ainda controversas e algumas até absurdas. A teoria do Big Bang e da Evolução como início de toda biodiversidade ainda é questionada por muitos cientistas. Inclusive, a própria teoria neo-darwinista é questionada por vários cientistas não cristãos como afirma o site www.dissentfromdarwin.org que dá uma lista de vários cientistas que assinam o seu ceticismo ao Darwinismo afirmando:

Nós somos céticos em relação às afirmações da capacidade de mutação randômica e seleção natural para explicar a complexidade da vida. Um exame cuidadoso das evidências a favor da teoria darwinista deve ser encorajada.[4]

Se as teorias do Big Bang e da evolução como início de tudo e da vida são vistas com ceticismo por alguns cientistas, o que resta aos ateus é somente fé que as evidências sejam verdades. Na verdade, fé todo cientista tem que ter. A fé é exatamente a capacidade de confiar em algo ou em alguém com base em algum fundamento e evidências. Por exemplo, todo cientista começa acreditando em algumas hipóteses dedutivas antes de analisar as evidências para que confirme ou não as suas hipóteses. Se as evidências não corroborarem a hipótese e o cientista for sincero e honesto, ele a abandona; se as evidências corroborarem a hipótese, ele segue adiante com a pesquisa.

Antes, os cientistas acreditavam que as proteínas eram responsáveis pelas informações nas células. No entanto, quando a dupla hélice do DNA foi descoberta por Watson e Crick, essa ideia se tornou obsoleta pois a estrutura do DNA foi estudada com mais profundidade e descobriu-se que toda a informação da vida está nele e não na proteína, chegando-se a conclusão que o DNA é responsável pela informação na célula. Assim, existem várias outras pesquisas que se chegou a conclusões diferentes quando no começo foi estudada. Isso é uma evidência que os cientistas precisam de fé.

A Bíblia dá o conceito de fé dessa forma, pois o autor aos hebreus ao conceituar a fé usa as duas palavras usadas para a racionalidade humana:

Hebrews 11:1  Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem. (RC)

O apóstolo usa as palavras ὑποστασις (hypostasis) que significa fundamento e ελεγχος (elenchos) que significa prova documentais. O apóstolo afirma que a fé é o fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. Isso quer dizer que a fé precisa de fundamento ὑποστασις e de evidência, provas ελεγχος.

A fé é a mesma para todos que a usam. A diferença é que o cristão coloca sua fé em Deus ou na Bíblia, o ateu ou o cientista coloca sua fé nas teorias ou nas suas hipóteses dedutivas. O ateu e o cético, com base nas evidências que eles aderem (que podem estar erradas ou não), acreditam que o universo veio do simples acaso e forças naturais. No entanto, é muito normal um ateu desconhecer ou não aceitar isso, pois é uma característica de sua inteligência afetada.

A fé precisa tanto de fundamentos que podemos escolher em quem confiar. Geralmente, confiamos em alguém quando vemos os fundamentos racionais para isso. Um exemplo de aplicação de fé é que quando alguém procura um médico especialista em determinada área específica, a pessoa examina as evidências de currículo, opiniões de pacientes ou da sociedade em geral para ser um paciente deste. Mesmo assim, vai exigir fé que aquele médico não está enganando com a sua formação ou se ele realmente sabe o que ele diz que sabe. A fé cristã é da mesma forma. A diferença é que ela é direcionada a um Deus pessoal ou à Bíblia, o ateu a direciona para suposições ou teorias com base em seus pressupostos naturalistas.

No entanto, a conclusão da existência de um Deus não vem de fé, mas de evidências observáveis e científicas. A fé entra quando aceitamos quem seja esse Deus e como ele criou todas as coisas com o poder de sua palavra, pois precisamos acreditar na Bíblia, porém, a conclusão que exista um Deus é tão racional como a conclusão que a Pedra Roseta foi escrita por uma mente inteligente.

Richard Dawkins em entrevista no filme “Expelled: no intelligence  allowed” faz afirmações que confirma tudo que tenho escrito e o que a Bíblia fala sobre os ateus. Dawkins reconhece que os estudos da Bioquímica e da Biologia molecular levam para um Designer de inteligência superior. Porém, ele aponta em um total ato de fé para seres de um outro lugar do universo. Ele afirmou:

Pode ser que se venha concluir da seguinte forma: pode ser que num dado momento, nos primórdios, algures, no Universo uma civilização tenha evoluído por algum processo darwinista até um elevado nível de tecnologia e tenha desenhado uma forma de vida que tenha semeado, talvez, nesse planeta. Agora, essa possibilidade é uma possibilidade intrigante e penso que é possível obter alguma evidência para isso se olharmos para os detalhes, detalhes da bioquímica, biologia molecular poderemos encontrar assinatura de alguma espécie de designer e que esse designer pode ser uma inteligência superior de um outro lugar do universo, mas essa inteligência superior teria ela própria de ter surgido por algum processo explicável em última instância [5]

Dawkins não deixa de reconhecer, de alguma forma, pelo menos, que os teístas estão corretos em concluir sobre um Designer diante das evidências da biologia molecular e da Bioquímica e confirma, com isso, que essa conclusão é perfeitamente lógica e verificável.

Portanto, Dawkins, nessa entrevista, confirma o seu problema de inteligência lógica, teórica e sobre a percepção de fé. Ele não consegue pensar que assim como um ser de outro planeta que ele não sabe como surgiu, Deus pode ser o autor de todo o universo e da vida que também não sabemos sobre o seu início. Ele também não percebeu que entrou em contradição aberta ao reconhecer a possibilidade de um designer na terra, mesmo que ele afirme que poderia ter vindo de um outro planeta. Sobre fé porque ele não percebeu que ele usa constantemente fé no mais alto nível, mas não admite isso.

Conclusão

Os ateus preferem anular aquilo que o homem tem de mais importante – a racionalidade. Os ateus pensam sobre coisas de uma forma fechada, apenas com conclusões que os levem a pensar dentro de uma cognoscibilidade enlatada. Quando se exige que eles pensem fora desse círculo, eles não conseguem.

O problema de inteligência dos ateus está relacionado à essas dificuldades principais: percepção lógica do cosmo e da natureza,  dificuldade de percepção teórica e filosófica e percepção sobre fé. Esses três níveis de percepção dificultam a possibilidade de reconhecer uma mente inteligente por trás do cosmo, mesmo que se tenham incontáveis argumentos.

Portanto, desejo que esse texto alcance aqueles que estejam perdendo o senso de percepção nessas áreas, pois muitos adolescentes e estudantes de universidades deixaram o bom senso pela afirmação mais insensata que um homem já disse: “Deus não existe”. Ou talvez os ateus recusem aceitar essas evidências apenas porque estão se resguardando por medo de esbarrarem diante de uma das conclusões básicas – Deus existe. Nesse caso, confirma mais ainda a dificuldade dos ateus de pensar.

[1] Para ver melhor essas teorias, vide: GARDNER, Howard. A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 1994.
[2] ANDREW, Robinson. Einstein: os 100 anos da Teoria da Relatividade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 186.
[3] PALEY, William. Natural Theology. Boston: Gould and Lincoln, 1852, p. 5-6.
[5] Richard Dawkins em entrevista no filme “Expelled: no intelligence  allowed”