O
Brasil recebeu, com surpresa, a declaração do relacionamento homossexual da
cantora Daniela Mercury. Isso se dá exatamente diante de um conflito entre uma
parte da sociedade juntamente com os militantes gays e o presidente eleito do
CDHM, Marco Feliciano. Diante desse fato, não deixou de haver perplexidade,
dúvida, levando, inclusive, alguns meios midiáticos questionarem se não seria a
hora do Brasil aprovar oficialmente a união civil homossexual. Afinal de contas,
pensam: se a cantora Daniela
Mercury já se declarou, por que a sociedade não aceitaria de vez a união
homossexual. A questão ficou tão crucial que muitos cristãos calaram-se ou
penderam para uma pequena tolerância à união homossexual, mesmo não concordando
com a prática em si. Entre eles está o Pr. Ariovaldo Ramos. Ele afirma em seu
artigo por tema “Pelo direito de discordar!” o seguinte:
Eu respeito o direito das uniões homossexuais terem garantida, pelo Estado, a preservação do patrimônio, por eles construídos, quando da separação ou do falecimento de um dos membros da união. Entretanto, discordo que seja possível transformar uma união voluntária de duas pessoas do mesmo sexo, a partir de opção comum e particular, em casamento, pois isso insinua haver um terceiro gênero na humanidade, o que não se explicita na constituição do ser humano.
Entendo
a motivação do Pr. Ariovaldo Ramos de ser justo e humanitário a grupos
discriminados. No entanto, ele não percebeu algumas nuanças importantes e até perigosa para quem crê na Bíblia. Na verdade, o que o Pr. Ariovaldo
Ramos faz é entrar em uma plena contradição, pois o que seria a união civil, se
não o direito de “preservação do patrimônio ou do direito diante falecimento de um dos
membros”? Os próprios militantes homossexuais afirmam que não
querem nada religioso, mas que o Estado reconheça os direitos dos cônjuges
homossexuais. Se o Pr. Ariovaldo Ramos é a favor de direitos a casais homossexuais,
ele tem que concordar com a união civil destes ou, então, o que ele defender
nesse sentido não deve ser levado a sério devido à grande contradição lógica.
Isso
parece ter uma configuração de amor e “busca de cidadania”, mas não é bem
assim. Pode-se ser a favor plenamente dos direitos individuais de todo ser
humano independente de sua escolha religiosa, sexual e até moral. No entanto, quando
duas pessoas de mesmo sexo se unem, já não inclui direito do ser humano
individual, mas de um casal, pois seriam casados ou comprometidos de alguma
forma. Como ser a favor de direitos e práticas que Deus rejeitou? No VT Deus
mandou punir com morte quem tal ato praticasse. Claro, que essa lei foi somente
para Israel naquela época por se uma Lei Civil judaica (Levítico 18.29). No
entanto, fica a lição que Deus não se agrada e não quer negociação com direitos
de CASAIS. Ora se o supremo legislador, Deus, não deu direitos, mas, ao contrário, rejeitou totalmente, como dar direitos a esses casais agora? Além do mais, essa prática é demonstrada pelos apóstolos como sendo o resultado da
ira de Deus entregando-os às suas paixões (Romanos 1.24-27). Seria como se alguém
dissesse que seria contra o aborto, mas seria plenamente a favor do direito de
uma mãe fazer o que quisesse com o seu corpo, inclusive abortar. Claro que
isso inclui a vida de uma pessoa única que está no seu ventre e que merece
respeito e proteção, pois não está em jogo somente o direito individual da mãe
em si. Portanto, isso seria tão contraditório quanto o que o Pr. Ariovaldo
Ramos quer defender. Ele é contra o que se entende por casamento civil, mas é a
favor dos direitos que os cônjuges deveriam ter, porém, isso somente poderia acontecer
se a união civil homossexual fosse aprovada, já que é isso que está sendo pedido
e discutido pelos militantes gays nesse ano.
Quando
se fala do comportamento homossexual, a situação não é tão simples assim.
Precisa-se analisar diante da história como esse comportamento sempre teve uma
total incompatibilidade e aversão ao escopo judaico-cristão em todo o tempo e
até às culturas de todas as épocas.
Antes, precisa-se, primeiro, justificar o tema supra citado
"homossexualISMO", pois, hoje, no Brasil, até a nomenclatura tem sido
alvo de crítica por parte dos gays beligerantes e de pessoas incautas. Afirmam
que o correto é "homossexualidade", porque homossexualismo denota uma
espécie de doença ou algo pejorativo. Porém, precisa-se analisar que a
palavra homossexualismo está perfeitamente empregada para o tema.
O
sufixo "ismo" vem da influência do grego em nossa língua. Na verdade,
vem do sufixo grego μος (mos) que
expressa palavras que demonstram "ação". Os gregos usavam esse sufixo
para expressar substantivos vindo dos verbos com terminação ιζω (izö). por
exemplo, βαπτίζω (baptizö). Daí, vem a palavra βαπτισμός (baptismos / batismo).
Logo depois, o latim sofreu uma forte influência e acrescentou o is ficando ismus. Com o tempo, esse
prefixo demonstrou ações generalizadas como as palavras catecismo,
cristianismo, paganismo, exorcismo. No português, palavras que têm esse sufixo podem
demonstrar ideologia e algo pejorativo. No entanto, esse sufixo não significa
somente isso, mas demonstra também uma ação generalizada como as palavras batismo e exorcismo. Quando se fala
"homossexualismo", entende-se como uma generalização de um ato moral
e responsável, da mesma forma que a palavra "hedonismo" demonstra um
ato generalizado de busca do prazer. Os dois maiores dicionários (Houaiss e o
Aurélio) trazem a palavra "homossexualismo" como a maioria das
pessoas fala e que alguns incautos despreparados corrigem afirmando logo a
seguir que a palavra correta seria "homossexualidade". De qualquer
forma, mesmo que se tenha havido uma intenção pejorativa ao formar essa palavra
com esse sufixo, é perfeitamente legítimo dentro da lingüística chamar
“homossexualismo”. Portanto, a correção do uso desse prefixo é uma demonstração
de total falta de bom senso da língua, da sua linguística histórica e dos
dicionários, já que ela está nos dois maiores da nossa língua, o Houaiss e o
Aurélio.[1]
Precisa-se,
agora, demonstrar que, embora o homossexualismo sempre tenha existido na
história, ele não tem sido uma unanimidade social. Isso se deve por vários
fatores. Dentre eles, os fatores biológico-social e religioso. O
biológico-social porque para procriar e ter uma família é necessário um homem e
uma mulher. Um casal homossexual jamais poderia se enquadrar dentro das
necessidades biológico-sociais de procriação e da família. Em todas as épocas,
a família heterossexual era muito necessária e levada a muita honra. Isso tem
sido demonstrado em vários grupos étnicos que tinham que ter o seu descendente
ao trono e, para isso, precisava-se de um relacionamento heterossexual. Somente
para dar dois exemplos: os egípcios tinham como sagrado o filho primogênito,
pois era dedicado à deusa da fertilidade Bastet (uma divindade de uma mulher
com cabeça de gato) e como uma extensão ao deus Amon-Rá. Uma família que não
pudesse ter filhos era considerada uma maldição na sociedade egípcia. Os judeus
eram outro grupo étnico que a família homossexual não podia existir. Primeiro
por que fazia parte da cultura judaica o cumprimento da Lei de Moisés que punia
com muito rigor quem fazia tal ato. Além disso, o filho herdeiro primogênito
era esperado e tido como honra. Em toda a história das civilizações a união
heterossexual era necessária. Sendo que a união homossexual seria ir contra a
cultura e aspiração de várias culturas, para não dizer todas, já que a
procriação era necessária e vista como importante. [2]
Na
Roma antiga, houve várias tentativas de casamento. O imperador Nero fez uma
cerimônia de casamento com um de seus escravos. Outro imperador a fazer isso
foi Heliogábalo que se casou com um escravo chamado Hiérocles [3]. No entanto, o chamado conubium
Romanus Civis (casamento oficializado) era somente entre um homem e uma
mulher), exceto quando era arbitrário como no caso dos imperadores supra
citados [4]. A
própria palavra matrimonium (de onde
vem a nossa palavra “matrimônio”) demonstrava que teria que envolver uma mãe
(mater), pois a ideia é que um casamento teria que ter um homem que tomasse uma
mulher em casamento para procriar in
matrimonium ducere.
É
digno de nota que a Roma no primeiro século tinha o homossexualismo como
prática bem difundida em orgias ao deus Baco, o deus do vinho. As divindades
gregas exigiam pederastas que escolhiam jovens para que fossem amantes em
cerimônias religiosas. Mesmo assim, muitos historiadores admitem que a união
homossexual como família era completamente obscura e não aceitáveis pela
maioria da sociedade [5]. Em 342, os
imperadores cristãos Constâncio II e Constante emitiram uma lei chamada “Código
de Teodósio” que proibia o casamento homosexual em Roma e quem fizesse seria
punido com morte [6]. Note que a incompatibilidade social com a união
homossexual não vem desde agora, mas durante toda a história da humanidade.
Desde os primeiros séculos, as grandes civilizações como Egito, Grécia e Roma não
viam com bons olhos essa união, pois não se aceitava de bom grado, havendo uma
total incompatibilidade social.
Quando
se vai para o lado religioso, fica mais grave a incompatibilidade com a união
civil homossexual. Várias religiões rejeitam esse tipo de união. Todas aquelas
que se baseiam de alguma forma na Bíblia entendem que essa união é
completamente incompatível com ela. O Judaísmo, o Islamismo, o Cristianismo,
incluindo catolicismo e protestantismo. Todas essas rejeitaram durante toda a
sua história como a rejeitam no presente momento. Claro que passaram a existir
várias igrejas progressistas e liberais que aderiram o casamento homossexual
bem como seus líderes. No entanto, isso é apenas uma parte, dividindo-se da
maioria do grupo que crê na Bíblia e na sua interpretação histórico-gramatical. Portanto, isso significa que jamais uma
sociedade que se tenha liberdade de culto e religiosa aceitará de bom grado a
união civil homossexual.
Uma
pessoa que merece destaque em rejeitar a oficialização da união homossexual é
Jesus Cristo. Em seus ensinos ele demonstrou claramente que Deus criou “macho”
e “fêmea” (assim quer dizer as palavras gregas ἄρσεν και θηλυ no texto do NT
traduzidas para “homem e mulher”), juntando-os no casamento. Jesus afirmou:
Mateus 19:4-5 4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher 5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
Jesus
estava ensinando sobre o princípio do verdadeiro casamento cuja união está entre um homem (macho) e uma mulher (fêmea) conforme no
início da criação, pois ele evocou o livro de Gênesis no episódio da criação do
homem (Gn 1.27).
O
apóstolo Paulo e os demais apóstolos seguiram nas pisadas do Mestre e dos patriarcas. Eles
ensinaram e demonstraram que os que tais coisas praticam estão em juízo diante
do Criador.
Romanos 1:26-27 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro…
Romanos 1:32 2 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
1 Corinthians 6:9 9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,
Paulo
usa as duas palavras gregas conhecidas para homossexuais na época. A primeira
que em português traduziu para “efeminados” é a palavra μαλακοι (malakoi) que
literalmente quer dizer “macio”, “meigo”. Essa palavra era usada para
homossexuais assumidos e efeminados. A segunda é αρσενοκοιται (arsenokoitais)
que é uma palavra composta que vem de ανηρ aner (macho) e κοιτος koitos (relação
sexual). O seu significado quer dizer alguém que se relaciona com o mesmo sexo
mesmo sem admitir ou demonstrar. Paulo deixou claro que o que tais coisas
praticam não serão tolerados diante de Deus.
Portanto,
o objetivo desse ensaio foi demonstrar que a união civil homossexual nunca foi
bem-vinda na sociedade e nem será tolerada por motivos biológico-social e, principalmente religioso. Os ativistas gays devem saber diferenciar
entre tolerância e aceitação. A sociedade pode tolerar um ato qualquer, mas não
significa que ela aceite ou que se obrigue as pessoas aceitarem. Pode-se tolerar
alguém que pensa contra ou faz algo que não se concorda, pois sua liberdade deve ser respeitada. No entanto, posso perfeitamente tolerar sem aceitar suas práticas e concordar com elas, pois se essa liberdade prejudica a minha, isso já não é
democracia, mas ditadura.
Dizer
que se é contra uma prática não implica incentivar à violência ou incentivar à
discriminação. Por exemplo, pode-se ser contra as cotas a negros nas
universidades, mas isso não seria incentivo à discriminação nem incentivo à
violência contra eles.
Por essa razão, a sociedade e igreja devem se manifestar contra essa prática de união
homossexual, pois não estarão sós na história e, principalmente, estando do lado daquele que criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança.
[1] Para uma melhor pesquisa sobre o sufixo "ismo". Vide um artigo da USP http://www.usp.br/gmhp/publ/GiaA1.pdf.
[2] Vide vídeo do filósofo Olavo de Carvalho explicando muito bem isso: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=guf018G8PmU#!
[3] Chris Scarre "Chronicles of the Roman Emperors" (London: Thames and Hudson Ltd, 1995). Page 151.
[4] Corbett, The Roman Law of Marriage (Oxford, 1969), pp. 24–28; Treggiari, Roman Marriage (Oxford, 1991), pp. 43–49.; "Marriages where the partners had conubium were marriages valid in Roman law (iusta matrimonia)" [Treggiari, p. 49]. Compare Ulpian (Tituli Ulpiani 5.3–5: "Conubium is the capacity to marry a wife in Roman law. Roman citizens have conubium with Roman citizens, but with Latins and foreigners only if the privilege was granted. There is no conubium with slaves"; compare also Gaius (Institutionum 1:55–56, 67, 76–80).
[5] Eskridge, William N.. (Oct 1993). "A History of Same-Sex Marriage". Virginia Law Review 79
[6] Kuefler, Mathew. (2007). The Marriage Revolution in Late Antiquity: The Theodosian Code and Later Roman Marriage Law". Journal of Family History 32 (4): 343–370. DOI:10.1177/0363199007304424
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