sábado, 12 de setembro de 2015

O HOMO NALEDI: O CALCANHAR DE AQUILES DA CIÊNCIA




Dois temas têm sido o calcanhar de Aquiles da Ciência. O primeiro é quando se refere à Biogênese. Quando a Ciência começa a especular com teorias mirabolantes de como a vida começou apenas vindo de forças naturais. O segundo tema é exatamente quando se trata de Hominídeos.

Talvez, não se tenha descoberto mais fraudes na ciência do que nas descobertas dos hominídeos. Um dos exemplos disso é o fóssil achado em 1975, e ainda inserido nos livros didáticos, chamado de Lucy. Segundo os cientistas que o descobriram, esse fóssil deveria ser considerado a “primeira família de Hominídeos” e considerado como uma das grandes descobertas da Ciência. A partir disso, foi feito uma reconstituição por computador de como seria o rosto de Lucy. Apesar de muitos cientistas discordarem da conclusão como dois cientistas anatomistas da Universidade de Nova Yorque, Jack T. Stern e Ronald Susman, que afirmavam que não eram hominídeos, mesmo assim, continuaram afirmando que era a grande descoberta da Ciência.

Em 1999, a revista científica Francesa Science & Vie publicou um artigo com o nome Adieu, Lucy (Adeus, Lucy) onde afirmava que Lucy não passava de um fóssil de símio. Porém, mesmo assim, os livros didáticos de Biologia ainda insistem em colocar o fóssil de Lucy como prova da evolução do homem (veja mais detalhadamente em meu livro: Design Inteligente: a metodologia de convergência das Ciências sob a ótica da criação – editora Reflexão).

Outro exemplo foi Reiner Rudolph Robert Protsch, professor de Antropologia da universidade de Frankfurt que foi demitido em 2004. Ele falsificou fósseis afirmando que tinha descoberto um elo entre o Homo Sapiens e Homo Neanderthal. Essa fraude abalou todas as descobertas do chamado Homo Neanderthal a ponto do arqueólogo Thomas Terberger fazer a seguinte declaração: “A antropologia terá que revisar completamente sua visão do homem moderno de 40.000 a 10.000 anos atrás” (veja melhor em meu livro)

O motivo de tantas fraudes é exatamente porque as descobertas dos chamados hominídeos dependem apenas de interpretação daqueles que acham os fósseis. Basta encontrar um fóssil de um dente diferente para interpretarem imediatamente que era de um hominídeo como foi o caso do Homem de Nebraska e que não passava de um dente de porco. Vejamos o abstract do artigo do Homo Naledi:

Homo Naledi é uma espécie previamente desconhecida de hominídeo extinto, descoberto dentro da Dinaledi Chamber do sistema de cavernas Rising Star, Berço da Humanidade, África do Sul. Esta espécie é caracterizada pela massa corporal e estatura semelhante a pequenos corpos de populações humanas, mas um pequeno volume endocranial semelhante ao Australopithecos. Morfologia craniana do H. Naledi é única, mas é muito semelhante à espécie Homo Erectus, incluindo os primeiros Homo, o Homo Habilis ou Homo Rudolfensis. Embora primitivo, a dentição é geralmente pequena e simples na morfologia oclusal. H. Naledi tem adaptações de manipulação humanóides da mão e do pulso. Ele também exibe um pé humanóide e membro inferior. Estes aspectos humanoides são contrastados no postcrania com mais uma primitiva ou aparência de tronco de Australopitecos, ombro, pelve e fêmur proximal. Representando pelo menos 15 indivíduos com a maioria dos elementos esqueléticos repetidas várias vezes. Esta é a maior reunião de uma única espécie de hominídeos já descobertos na África .

Notemos que o abstract interpreta a partir de ossos encontrados de humanos do que eles chamam “pequenos corpos de populações humanas” incluindo pés, mãos e membros inferiores, com outros encontrados do que eles interpretaram de “morfologia craniana única”. Todos os achados de hominídeos são interpretados dessa forma: acham ossos de membros parecidos com humanos, calota craniana macacoide e maxilar humano, então, montam para formar um novo Homo.

Vejamos ainda o que afirma o artigo:

Nós não definimos H. Naledi estritamente com base em uma única mandíbula ou no crânio, porque todo o corpo do material tem nos ajudado a entender a sua biologia.

Percebam que as pesquisas são completamente distantes de qualquer falseabilidade, já que não se tem nenhum outro fóssil indubitável do que chamam de hominídeo Naledi ou próximo dele para comparar se, de fato, são essa espécie. Por isso, são chamados de “únicos”. Portanto, esse artigo e conclusão não passam de uma Tautologia como afirmava Karl Popper. Assim está na introdução do artigo:

A coleta é uma amostra morfologicamente homogênea que não pode ser atribuída a nenhuma espécie de hominídeo anteriormente conhecida. Aqui nós descrevemos esta nova espécie, Homo Naledi.

Notem que as conclusões são completamente indutivas e interpretativas sem nenhuma chance de qualquer falseabilidade. Para Karl Popper, esse achado seria apenas uma declaração de fé em interpretar que esses ossos poderiam ser de seres macacoides vindos de uma só ancestralidade comum. O que se pode notar é que não tem como analisar e acompanhar através de algo que possa falseá-los com observação crítica.

Portanto, em outras palavras, essa descoberta não passa de uma interpretação com base, apenas, em pressupostos indutivos. Então, até que se traga um método confiável científico que seja falseável, não se deve confiar em descobertas científicas que apontem para hominídeos. A Lucy, o Homem de Piltdown e o homem de Nebraska agradecem.


7 comentários:

  1. Quanto à questão evolucionária fica claro que o gênero em questão apresenta caracteres tipicamente humanóides. Os caracteres dentários são extremamente relevantes porque estão associados aos processos de desenvolvimento de campos morfogenéticos dentários assemelhados às dos humanos atuais. As dentições representam seguros eventos evolucionários porque os elementos gênicos que os produzem estão associados pleiotropicamente com outros caracteres mamalianos relevantes como pelos, glândulas e Sistema Nervoso Central. Neste caso, relevante seria estabelecer que caracteres biológicos "basais" como dentições, pés e mãos poderiam representar apomorfias da origem do clado central humanóide. Em biologia, apomorfias surgem na origem do clado! Neste caso, outros caracteres como o SNC derivado e mais complexo teriam surgido posteriormente. Neste caso, seriam considerados como caracteres evolucionários neomórficos, ou seja, surgem posteriormente e "evoluem" de forma gradativa ao longo do processo evolucionário. quanto ao restante, Popper refere que "não existe ciência além do método": neste caso, processos especulativos teóricos carecem de evidências e devem ser desconsiderados como advindos de um processo não-científico. Assim, a falseabilidade depende de evidências. A descoberta destes hominídeos basais ilumina a origem humana e traz nova abordagem ao contexto evolucionário, não constituindo, portanto, como prova de que a evolução humana não aconteceu. Teses polêmicas divergentes e que questionam a evolução carecem totalmente de evidências e ficam no plano de "teorias conspiratórias". De resto, a ciência não necessariamente discute questões relativas à fé humana, importante e necessária para o desenvolvimento psico-social de toda a humanidade. À CÉSAR O QUE É DE CÉSAR!!!!
    Sergio Furtado Cabreira - Paleontólogo - ULBRA - Canoas - RS.

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  2. Ao Sérgio - 1

    Sérgio, o grande problema dos evolucionistas, principalmente brasileiros, é tratar a evolução e algumas teorias como se fossem fato incontestável. Se o próprio artigo científico demonstra que os cientistas não têm ainda uma definição, como demonstrei no texto do artigo: “Nós não definimos H. Naledi estritamente com base em uma única mandíbula ou no crânio, porque todo o corpo do material tem nos ajudado a entender a sua biologia”, como você ultrapassa essa dúvida e afirma categoricamente que é um hominídeo, amigo?! Eu acho isso uma irresponsabilidade e considero uma imaturidade científica.

    Seria a sua certeza semelhante àqueles que afirmaram por cinco anos nas universidade que um dente de porco era um hominídeo? Seria a sua certeza semelhante aos que afirmam que Lucy era um hominídeo de fato e desmentido por cientistas franceses?

    Você fala que “Os caracteres dentários são extremamente relevantes porque estão associados aos processos de desenvolvimento de campos morfogenéticos dentários assemelhados às dos humanos atuais.” São semelhantes porque podem ser de humanos.

    As afirmações “As dentições representam seguros eventos evolucionários porque os elementos gênicos que os produzem estão associados pleiotropicamente com outros caracteres mamalianos relevantes como pelos, glândulas e Sistema Nervoso Central” são o que Karl Popper chamou de Tautologia. Essa conclusão não pode ser falseada, pois é apenas uma especulação sem nenhuma comprovação de observação científica para chegar a essa conclusão.

    Depois, seu argumento é completamente circular e tautológico porque ele depende de uma premissa vinda de uma teoria que está em decadência nos últimos anos. O seu argumento dependerá se a Teoria da Evolução darwinista for verdadeira. No entanto, está dentro de um escopo de teoria que está sendo questionada até mesmo por cientistas evolucionistas.

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  3. Ao Sérgio - 2

    Veja o que você escreveu:

    “Neste caso, outros caracteres como o SNC derivado e mais complexo teriam surgido posteriormente. Neste caso, seriam considerados como caracteres evolucionários neomórficos, ou seja, surgem posteriormente e "evoluem" de forma gradativa ao longo do processo evolucionário.”

    Como pode ter certeza que “teriam surgido posteriormente”? Que comprovações de observação científica para você falar especificamente desse hominídeo? Como falar de “caracteres evolucionários” se a Teoria da Evolução está sendo questionada e estão, inclusive formulando uma nova teoria diante da deficiência em explicar os aspectos biológicos complexos? Portanto, seu argumento só é válido para seus alunos ou para quem não conhece lógica ou Filosofia da Ciência.

    Amigo, eu estudo Filosofia, e Karl Popper é o que eu escolhi para defender como TCC. Você colocou uma citação indireta de Popper que demonstrou que foi uma colagem apenas e nem percebeu que ela desfaz seus argumentos: “Popper refere que "não existe ciência além do método": neste caso, processos especulativos teóricos carecem de evidências e devem ser desconsiderados como advindos de um processo não-científico. Assim, a falseabilidade depende de evidências”. Exatamente isso: “processos especulativos carecem de evidências”. É o que não se tem nesse hominídeo. Evidência para Popper significa passar pelo que ele chamou de teste falseabilidade. Isso significa que se uma teoria ou afirmação científica não puder demonstrar um método que possa falsear, não é ciência, mas psicologismo, como ele falou. É apenas fé.

    Teses polêmicas que divergem da Evolução não são teorias conspiratória, pois são demonstradas em laboratório pela observação e lógica, como, por exemplo, o flagelo bacteriano e o próprio DNA. Se você acha que é teoria conspiratória, estude um pouco mais sobre o Design Inteligente, ou pelo menos saiba refutar.

    Portanto, amigo, não falei sobre fé, embora que essa pesquisa tenha tanta fé em seu artigo científico e no seu comentário. Estou sendo mais cético de que você, pois estou questionando e você afirma com base apenas em declarações de fé sem uma demarcação confiável como fala Popper.

    Então, dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus com a verdade, pois toda verdade vem de Deus.

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  4. Um outro calcanhar de Aquiles da Ciência é a consciência.A ciência não consegue explicar a transição (meta)física da existência, ou seja, A Origem do Universo. Como ocorreu a transição do nada para alguma coisa; depois, a transição da química para a biologia: como se deu a origem da vida, da abiogênese para a biogênese; e, por fim, a transição da biologia para a psicologia: como surgiu a consciência. É pano pra manga viu? Escreva algo sobre, Mário...

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    1. A ciência não tem a resposta pra essas questões assim como há alguns anos não tinha respostas pra gravidade, ar, ondas sonoras, luz e etc. A ciência precisa que a tecnologia avance pra obter resultados, precisa de observações, testes, medições e etc.
      Ela não vem com respostas sem embasamento algum apenas porque algo/alguém falou, ela precisa consistência.
      E isso separa a ciência da religião.

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    2. Wellington,

      Existem coisas que a Ciência nunca vai explicar porque o seu instrumento é o palpável e a observação rígida. Por exemplo, a consciência, a inteligência, a moralidade são coisas transcendentes e espirituais. Fora isso, será como você falou, religião. Mesmo assim, a religião não deve ser cega; precisa de evidência para a fé e crenças.

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