tag:blogger.com,1999:blog-7746053320276220576.post1132595276801336230..comments2024-01-09T03:19:37.820-08:00Comments on MÁRIO MAGALHÃES: O GÊNERO HUMANO, SUA ÁREA DE TRABALHO, REALIDADES, ALTERNATIVAS E POSSIBILIDADES DE TROCASMário Magalhãeshttp://www.blogger.com/profile/07433093963047369537noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-7746053320276220576.post-73419874179866924152014-03-18T16:09:33.933-07:002014-03-18T16:09:33.933-07:00Obrigada. Acho que lidamos com dois conceitos dist...Obrigada. Acho que lidamos com dois conceitos distintos. Há identidades no masculino e no feminino. Mas, os espaços socialmente construídos às mulheres e aos homens não detém qualquer identidade (construções de gêneros). Porque será que no dicionário somente existe a palavra prostituta? Qual seria o masculino? Gigolô? Porque há um desvalor latente ao feminino sem a mesma representação ao masculino? É difícil para a mulher se inserir na ambiência pública, porque condicionaram a identidade sexual do feminino ao ambiente doméstico em razão da perspectiva de gêneros (Tenho um livro que apresenta essa questão: Direitos Humanos das Mulheres - Ed. Juruá-Curitiba). As legislações que não permitiram a cidadania plena às mulheres são baseadas no conceito de gêneros (fragilidade e indecisão ao feminino; fortaleza e determinação ao masculino). Ainda sofremos em razão desses conceitos de gêneros. Incluo-me nessa realidade. Para mim foi tremendamente difícil. Desde o meu lar (descendência árabe). Quanto à hierarquia, espero que ela seja superada pela harmonia, pelo respeito e compartilhamentos de vida. O amor não hierarquiza marido e mulher. São cúmplices de uma história de vida. Essa é a maior mensagem de Jesus para Marta em relação a nossa plena humanidade, quando questionado, deixou a melhor parte à Maria? Expôs que estávamos para além dos espaços domésticos? Podíamos compreender/discernir? Quando questionou à remessa da 1a. pedra em relação à mulher adúltera (onde estava o homem?). Não sei se esse ideal será vivenciado. Sinto-me feliz por poder viver um momento diferente da minha mãe/avó/bisavó. Pelo conceito de gênero dado ao feminino, não estaria aqui... Meu mundo seria muito restrito. O valor (dignidade) do feminino e do masculino é igual. A igualdade não se refere à equivalência genética, mas ao exercício dos direitos. A sociedade somente entenderá isso quando olhar para homens e mulheres e perceber seres humanos em essência. Essa essência do binômio do cromossomo-mãe e do cromossomo-pai encontra-se em igualdade por uma razão não somente operacional. A trajetória infeliz da subjugação, da dominação e dos condicionamentos de Poder (gêneros) é fundamento da extirpação do clítoris (África), do casamento com meninas a partir dos 05 anos de idade (países árabes), da permissão dos homens terem várias mulheres (razão dita: elas precisam ser dirigidas pela incapacidade e fragilidade de seu gênero feminino); dos abortos seletivos (Índia, China, Países Árabes) e da venda de meninas para fins de exploração (Brasil: 1o. colocado das Américas/tráfico de mulheres/turismo sexual - dados OEA/2013) por entenderem, no conceito do gênero feminino, que as mulheres não detêm racionalidade e são seres meramente emocionais (inferiores). A minha racionalidade é plena. Vou trazer o que é gênero feminino para Proudhon:"Uma mulher que usa sua inteligência torna-se feia, louca, (...) a mulher que se afasta de seu sexo, não somente perde as graças que a natureza lhe deu (...) mas recai no estado de fêmea, faladeira, sem pudor, preguiçosa, suja, pérfida, agente de devassidão, envenenadora pública, uma peste para sua família e para a sociedade". Vou trazer o que é o gênero feminino para Nietzsche (apud Groult, 1993:102): "O homem inteligente deve considerar a mulher como uma propriedade, um bem conservado sob chave, um ser feito para a domesticidade e que só chega à sua perfeição em situação subalterna". Não concordo com esse contexto de gênero. Isso pode ser verificado em GROULT, B. Cette mâle assurance. Paris, Albin Michel, 1993. Acredito que apesar de discordarmos em alguns pontos, seguimos diante de uma motivação maior: o respeito às nossas identidades em potência e vida. Infelizmente, as pessoas têm usado a necessidade de superação desses espaços de gêneros para negar a existência da identidade sexual. Mas, precisamos superar os estigmas. Temos um casal de filhos. Gostaria que eles detivessem as mesmas oportunidades no exercício dos direitos. Lindas poesias. Evidenciam a sua sensibilidade em perceber a vida em nobre conceito: AmorAmini Haddadnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7746053320276220576.post-3669781075985001502014-03-18T11:51:26.176-07:002014-03-18T11:51:26.176-07:00À Dra. Amini Haddad - 2
O exemplo que você deu da...À Dra. Amini Haddad - 2<br /><br />O exemplo que você deu da África acerca do tráfico de mulheres que passam pelo o que você chamou de “vítimas da extirpação do clitóris”, demonstra mais ainda que os gêneros não podem ser uma construção social, pois o que eles fazem na África é exatamente a consequência da cultura do lugar. Para eles, isso é correto, é normal, é agradável, pois é cultural. Quando analisamos esses eventos à luz de um gênero colocado em seu devido lugar sendo natural, é mais fácil entender que assim como os homens têm o prazer sexual, as mulheres precisam ter em todos os sentidos e isso somente se tem quando há uma conscientização de uma correta visão dos gêneros.<br /><br />Pelo que você escreveu sobre a valorização do FEMININO, acho que não fui tão claro em meu texto, pois quis demonstrar que há o complemento entre os gêneros (homem e mulher). Complemento demonstra valor mais que igualdade. Igualdade leva-nos a preterir partes, complemento leva-nos a ter por necessidade natural. Portanto, eu defendi exatamente o grande valor do FEMININO e não o contrário. Somente uma sociedade que reconheça os valores e os papeis de ambos os sexos ou gêneros que se poderá ter o respeito e a valorização devida à mulher como se espera em uma cultura cristã e culta.<br /><br />Muitas pessoas confundem hierarquia com valores. Acham que se o homem tem uma certa hierarquia no seu lar, demonstra ser mais valorizado ou ser melhor. A hierarquia não significa isso. Posso dar o seu próprio exemplo. Você é juíza com potencialidades sociais, mas podemos conversar dentro de nossos papéis sem que um ou outro conceba a imagem de quem é melhor ou maior dentro de nossos gêneros.<br /><br />Agradeço a sua participação por elevar o nível desse blog trazendo seu comentário demonstrando a todos os homens que existem mulheres como você: culta, excelente, educada, inteligente e que está disposta ao diálogo. Muito obrigado.<br /><br />Gostaria de aproveitar e demonstrar uma poesia sobre a mulher que eu fiz em meu blog de poesias:<br />http://poesiafcomario.blogspot.com.br/2013/03/as-tres-dimensoes-de-uma-mulher.html<br /><br />http://poesiafcomario.blogspot.com.br/2013/03/mulher.html<br />Mário Magalhãeshttps://www.blogger.com/profile/07433093963047369537noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7746053320276220576.post-68400658296708759032014-03-18T11:36:34.447-07:002014-03-18T11:36:34.447-07:00À Dra. Amini Haddad - 1
Dra. Amini Haddad, sinto-...À Dra. Amini Haddad - 1<br /><br />Dra. Amini Haddad, sinto-me lisonjeado com a sua participação e contribuição em meu blog. Realmente, estrelas brilham de longe, mas poucas descem para brilhar. Obrigado pela luz e simpatia nos seus acréscimos.<br /><br />Preciso explicar algumas coisas, pois acho que poderemos chegar juntos em um mesmo lugar, embora que nossos pressupostos que nos levam a ele são diferentes.<br /><br />O meu texto defende exatamente a identidade dos gêneros. Por isso, defendo que jamais os gêneros podem deixar de ser genéticos, pois se deixarem de ser, as suas identidades estarão ameaçadas, já que sempre dependeria dos conceitos e experiências de cada um.<br /><br />A palavra gênero vem do grego γένος de etimologia que demonstra origem e naturalidade. O gênero não decorre de conceitos culturais, mas da natureza. Tanto, que se tem 2 tipos de cromossomos; 2 características sexuais ao nascer. Tanto que homossexuais precisam de hormônios para assemelhar-se ao sexo oposto. Isso demonstra que os gêneros são natos e não formados na sociedade.<br /><br />No entanto, esses gêneros precisam de desenvolvimento, complemento e respeito. Talvez o que levou o engenheiro de 42 anos se recusar a permanecer no avião porque uma mulher o pilotava era por que ele tinha uma visão relativa de gênero, pois como alguém poderia provar que aquela mulher que era piloto daquele avião apreendeu bem o seu gênero para que ele confiasse nela?<br /><br />Caso ele entendesse que os gêneros são naturais e, se é assim, uma mulher poderia muito bem aprender ou até fazer melhor que um homem dentro de seus papeis e potencialidades. Portanto, acredito que a melhor forma de respeitar as potencialidades dos gêneros é admiti-los como uma dádiva de Deus desde o nascimento.<br /><br />Falei no meu texto que alguns confundem opção sexual com gênero. O gênero é intrínseco, está na alma; a opção sexual é diferente. Por isso, que existem vários tipos de homossexuais. Existem os travestis, transsexuais, os que não têm trejeitos efeminados ou masculinizados; os que são efeminados; os bissexuais etc. Portanto, o gênero jamais poderia ser uma construção social ou psicológica da opção sexual. O sexo é apenas um só atributo do gênero e não o próprio gênero. Por isso, quando afirmamos que o gênero é uma construção social ou uma orientação sexual estamos indo contra a etimologia da palavra como também esquecendo que gênero não é sinônimo de sexo, mas apenas um de seus atributos.<br />Mário Magalhãeshttps://www.blogger.com/profile/07433093963047369537noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7746053320276220576.post-91779483724237307842014-03-18T11:34:06.746-07:002014-03-18T11:34:06.746-07:00Amini Haddad
Gostaria de parabenizar o autor por ...Amini Haddad<br /><br />Gostaria de parabenizar o autor por abordar um tema tão importante para a contemporaneidade. Contudo, gostaria de acrescer uma outra questão de suma importância, discordando em essência do conteúdo proposto. Precisamos distinguir a identidade do gênero. A construção social do masculino e do feminino que subjuga, desconsidera potências, hierarquiza e cria espaços público ao homem e privado às mulheres. Esta diretriz torna impossível a realização de uma sociedade mais justa e equânime. Considero sim que temos identidades masculinas e femininas. Mas, o gênero não é genético. O gênero decorre de conceitos culturais que costumeiramente se impôs, criando abismos entre a realização do feminino e do masculino. Em razão disso, somente em meados do século XX (recentemente) adquirimos cidadania... Precisamos sim evoluir não para a destruição da identidade dos sexos, mas para o devido respeito às potências que são inibidas e desconsideradas para a mulher nos parâmetros impostos ao feminino. Exemplo recente foi o engenheiro de 42 anos que se recusou a continuar no avião da gol que era pilotado por uma mulher. Ou do empregador que se recusou a pagar o mesmo salário à mulher e ao homem, apesar de ser o mesmo cargo, mesma função e mesma carga horária. Infelizmente, as mulheres recebem no máximo 70% do que é pago ao homem - IBGE. Em decorrência desse desvalor imposto pelo gênero ao feminino milhares de mulheres são submetidas à comercialização de suas vidas. São mais de 30 bilhões de dóllares envolvidos no tráfico internacional de meninas. Em alguns países, o desvalor ao feminino, imposto pelo gênero (imposição cultural) tem feito milhares de bebês, do sexo feminino, vítimas do aborto (feticídio de meninas - África, Ásia, Oriente Médio etc), bem como milhares de mulheres vítimas da extirpação do clítoris, por não terem sequer o direito ao prazer (controle somente da sexualidade feminina). O desvalor cultural da identificação do feminino ainda perdura em inúmeras legislações. Basta dizer que até pouco tempo a identificação da "fragilidade" resultou na permanente incapacidade relativa da mulher no Código Civil Brasileiro. Essa legislação era de evidente formação baseada nos conceitos de gêneros... Apenas em 2002 esse Código foi substituído. A realidade é muito triste e precisamos identificar que o respeito às potências humanas é basilar à humanidade. Portanto, defendemos que a identidade genética do masculino e do feminino devem permanecer porque são próprias da nossa humanidade. Contudo, precisamos sim superar a cultura dos gêneros pelas desigualdades de oportunidades e de desenvolvimento impostas ao feminino. Que haja somente um gênero: o gênero humano, sem qualquer prejuízo de nossas identidades genéticas. Outra questão trazida pelo artigo é quanto à orientação sexual. Esta não tem nada a ver com a delimitação da cultura de gênero. Afinal, o homossexual não sofre desvalor do FEMININO. O preconceito é decorrente de uma outra questão: a inaceitabilidade de sua escolha ou orientação sexual. São temas distintos, apesar de tratarem das vulnerabilidades humanas. Não podemos confundir sob pena de não conseguirmos de fato observar as verdadeiras razões que motivaram a hierarquização entre o masculino e o feminino na sociedade. Espero ter também contribuído para o debate, colocando-me à disposição.<br />Amini Haddad Campos - Juíza de Direito, Professora-Diretora do Núcleo de Pesquisa Vulnerabilidades, Direito e Gênero. Presidente da Academia de Magistrados - AMA (2012/2014). Diretora da Secretaria de Gênero - AMB (2014/2016). Mestre em Direito Constitucional- PUC/RJ. Doutorado em Direitos Humanos - UCSF. Mulher, Casada (Esposo Joelson de Campos Maciel - Promotor de Justiça) e Mãe de um casal de filhos.Anonymousnoreply@blogger.com