quarta-feira, 5 de março de 2008

PESQUISAS CÉLULAS-TRONCO COM EMBRIÕES: ÉTICA DECADENTE


No Brasil está para ser votado no STF o uso de embriões humanos nas experiências de células-tronco. Na verdade, mais uma vez a vida está em jogo e isso demonstra que os valores estão sendo trocados. Alegam que esses embriões são imprestáveis com mais de três anos congelados em nitrogênio líquido e que, com quatorze dias, o sistema nervoso ainda não está formado. Por isso, podem-se fazer experiências com esses embriões, dizem os cientistas, pois eles serão descartados mesmos. A bióloga Mayana Zatz em entrevista à revista Veja diz que isso não é aborto e a proibição é “absurda” e que, para ela, somente há vida se o embrião estiver num útero ou com o sistema nervoso formado.


Tudo parte de uma pergunta básica: onde começa a vida? Não existe algo mais simplório e mais deplorável que afirmar que a vida começa somente quando o embrião tem o sistema nervoso ou quando este está no útero. Isso sim é um absurdo! Esquecem que esse embrião tem um DNA com todas as informações de um ser vivo em potencial e que o homem não é constituído somente de bios, mas psyche. O homem não é somente uma massa biológica. A vida começa na fecundação quando os cromossomos se uniram e nessa pequena célula há um ser vivo em potencial com todas as informações no seu DNA. Os cientistas advogam que quando o cérebro morre, o homem pára de viver. Por isso, eles esperam que o embrião seja até de 14 dias. Isso se constitui uma grande falácia porque o ser humano não é somente células nervosas nem cérebro, mas um todo. Nesse embrião há células que têm informações concretas de uma pessoa em sua plenitude. Daniel Serrão, professor de Bioética e Ética Médica na Universidade do Porto, em Portugal. Membro do Comitê Diretor de Bioética do Conselho da Europa afirma em uma entrevista VI Congresso Mundial de Bioética:


Isso não tem qualquer espécie de significado, primeiramente, porque não existe
nenhum embrião in vitro que consiga se desenvolver para além do 7° dia.
Portanto, ao contrário da fecundação natural, não há nunca embriões in vitro com
14 dias, nem com 10, nem com 8. Na época em que foi feito o Warnock Report, (o
Estatuto do Pré-Embrião) não havia nenhuma técnica de laboratório que permitisse
desenvolver um embrião por mais de 72 horas! Foi um truque para dizer aos
parlamentares ingleses 'Nós vamos proibir a investigação em embriões com mais de
14 dias', o que chama a atenção, porque é uma proibição. E, abaixo dessa data,
'faremos o que quisermos'”. Ele ainda afirma: “O cérebro não faz nenhuma
distinção: em sua base, um tecido nervoso muito primitivo é igual ao do adulto.
É a mesma coisa que defendermos a morte de um indivíduo débil mental, só porque
o cérebro dele não funciona direito (http://www.bioeticaefecrista.med.br/textos/entrevista%20daniel%20serrao.pdf)
.


Portanto, isso é uma grande falácia. Quando se afirma que o embrião fora de um útero não tem vida é a declaração mais patética que se pode ter sobre a vida. O útero não determina o que é vida, mas ajuda a desenvolver a vida. Se o embrião precisa estar no útero para desenvolver não significa que para ser uma vida tem que estar nele. Como se dissesse que alguém que não está na atmosfera não tivesse vida. Então, aqueles astronautas em órbita podem morrer à vontade, pois eles não estão dentro da atmosfera. Eles precisam da atmosfera, do oxigênio; mas isso não determina a vida. O simplismo da bióloga sobre quando começa a vida foi tão grande que nem notou a contradição nas suas palavras: “Não existe um consenso sobre quando começa a vida... Mas existe, sim, um consenso de que a vida termina quando cessa a atividade do sistema nervoso”. Realmente essas palavras são de pessoas que não têm certeza do que afirmam e que com respeito à vida deve-se ter muito cuidado.


Quando afirmam que essas pesquisas são para o bem de muitas pessoas que estão esperando uma cura para uma doença degenerativa ou crônica, pode-se entender; mas não se pode quebrar princípios ou ser em detrimento própria vida humana. Os Nazistas tiveram essa concepção ao fazer de judeus, que consideravam como ratos, experiências obtusas e esdrúxulas para o bem da Alemanha de Hitler. Quando se pega embriões humanos para se fazer experiências como se estivesse tratando de coelhinhos é assemelhar-se aos nazistas e colocar a vida humana como algo de valor mais ínfimo.


O que se pode notar é que os próprios cientistas são receosos quanto ao uso desses embriões, pois afirmam que fazem com 14 dias e com mais de três anos de congelamento. Se eles têm esses critérios é porque eles admitem que esses embriões são muito mais que um “bolo de carne”. Eles dizem que embriões com mais de 3 anos não podem mais ser desenvolvidos e se não forem feitas pesquisas, serão descartados. Isso não é verdade. Existem casos de embriões que desenvolveram com mais de 3 anos de congelamento como afirma o ex-procurador geral da república Cláudio Fonteles. Ele diz que existem pessoas no Brasil e nos USA que nasceram de embriões com 5 anos e 12 anos de congelamento.
(http://conjur.estadao.com.br/static/text/64382,1) . Isso demonstra que há vida nesses embriões e que eles serão aniquilados. A bióloga faz uma diferença entre aborto e pesquisas com células-tronco embrionárias. A “excelente” diferença é somente que o embrião está no útero e o outro está fora. A etimologia da palavra significa interromper. No caso, é interromper a vida, não obrigatoriamente do útero. Essa diferença traz risco àquelas crianças que nascem prematuras e que precisam de uma incubadora não estando no útero, pois, segundo a bióloga, o útero é o que determina a vida. Sinceramente, isso é patético!


Quando se trata da vida, precisa-se entender que mexe com várias áreas como da ética, teologia, filosofia. Tratando-se da Bíblia, ela concorda que a vida começa na fecundação e essa vida é sagrada e inviolável. Se não se respeita a vida na sua concepção, também não se respeitará a vida na sua plenitude.